O que eu to fazendo aqui?
Fui pra cabine, mas tava de “saco cheio e ansiosa”, eu mal consegui acomodar minhas coisas na cabine. O Rio de Janeiro tava quente como sempre, tomei um banho e me sequei com uma canga, porque não tinha tolha. E me fiz à pergunta; O que eu to fazendo aquiiii???
Chega a hora de experimentar a comida.
Já era tarde quando fui procurar o crew mess (restaurante dos funcionários) pra comer antes de me apresentar, porque todas no navio repetiam a mesma coisa, que quando eu me apresenta-se, já começaria a trabalhar e pelo que me pareceu me dariam pouquíssimo tempo pra comer ou não me dariam. No crew mess encontrei com o pessoal do bar, cada um me dava um palpite de onde eu deveria começar a trabalhar; bar da piscina, bar do Terrazza... E me explicaram que eu estava entrando no lugar de uma pessoa que desistiu, eu inclusive cheguei a vê-la ainda no navio.
O que comer? Tinha arroz, carne cheia de nervos, salada com cara feia, sopa de coisas, um tipo de purê de batata e suco de cor, era cor de amarelo! (hahaha!). Infelizmente não era saboroso, mas comi mesmo assim pra não ficar com fome, não foi tão fácil comer.
Me apresentar pra trabalhar
Má educação, SEM boas vindas
Me apresentar pra trabalhar
Má educação, SEM boas vindas
Quando fui no Crew Office me apresentar, lá estava um gordo de branco com cara feia sentado no escritório atrás de uma mesa, e na minha esquerda uma mulher de costas pra mim, também de branco, no seu name tag (crachá) estava a bandeira do Peru.
Quando o gordo começou a falar logo vi que se tratava de um italiano, com aquela voz alta, olhando feio e gesticulando horrivelmente. Falou alguma coisa que não entendi nada! Será italiano? Será espanhol? Ah! Não, acho que era mesmo inglês dos italianos. Então a Peruana desembestou a falar, me perguntou de uma forma muito grossa porque eu estava me apresentando tão tarde, e logo em seguida começou a me dar bronca, falando como se eu fosse algo desprezível. Tentei explicar, mas ninguém quis me ouvir, alias não me ouviram, eles falavam o tempo todo enquanto eu falava.
Então o italiano tornou a falar em inglês à “la italiano”, eu só entendi metade, vendo que eu não estava entendo muita coisa, ele me perguntou que língua eu falava, espanhol? Disse ele. Então a mulher disse: - não ela é brasileira fala português.
Ele tentou falar em português, mas saiu uma mistura de espanhol com português e italiano na mesma frase. (Eu me perguntei que imbecil é esse?). Ele me perguntou que língua eu preferia que ele falasse. Disse: - inglês. Ele disparou a me destruir no “inglês” dele. (pensei; AI MEU DEUS!) um sotaque carregadíssimo e eu tentava acompanhar o que ele falava. (tive vontade de rir!). Ele me perguntou de qual agência eu viria, mal eu pude responder, ele me atravessa dizendo que a agência era um “catzo de merda!”, e como não me orientaram a que horas eu deveria me apresentar pra trabalhar.
Peruana perguntou se eu já havia comido, disse que sim, então ela me disse em português: Ah! Então sabes o caminho para comer?! Mas não sabe o caminho para trabalhar! (pense nisso! Como você se sentiria ao saber que os seus gerentes pensam dessa forma? O que você esperaria deles?)
Ele me disse que aquela hora do dia não se usava mais aquele uniforme, que eu já deveria estar com outro uniforme. Ele jogou na mesa uma bandeja, um abridor de vinho, e o que seria uma pochete para carregar os folders e as canetas. Que era pra eu pegar ir me trocar e voltar a trabalhar e rápido! Perguntou se eu sabia o meu schedule (escala de trabalho), eu disse que não, ele me mostrou, eu li, e ele me disse gesticulando enraivecidamente pra eu copiar logo aquilo ali.
Sai dali pasma, mas como a maioria dos meus primeiros dias em vários empregos foram terríveis, mas não tão terrível como este, decidi que; tudo o que viria dali para frente, seria lucro! Porque qualquer um teria desistido ou ao menos chingado aqueles seres. Que não pareciam serem humanos!
Pra eu voltar pra minha cabine não foi muito difícil. Troquei-me e fui procurar o “Tango bar” onde eu deveria começar a trabalhar.
Ta enjoado de tanta história? Espere só: No balanço do navio.
8 comentários:
caracaaaaaaaaaaaaaaaa....que cia era essa mesmo?? a costa????gracas a deus sempre fui bem recebida tanto na island como na princess....vc foi forte viu...
Obrigado Sheilha! Tô lendo seu blog tb...Fico feliz em saber que pode me ajudar..vou preparar um E-mail e te mando, é uma pesquisa da monografia...Boa sorte no seu contrato!
creedddoooo!! que recepção hein!! fui de shoppie na princess e fui bem recebida
Oi é a Elaine de Santos tas sendo muito importante ler esse seu blog, eu quero ser uma futura tripulante, eu acho que EU no seu lugar pensaria assim: COMO JA LI EM OUTROS BLOGS vou me acostumar ou no minimo mandar ele la sabe la bem aquele lugar bem longe em pensamento,e ficaria calada só escutando, mais voce foi firme e forte eu acho que eu ja choraria..(depois em algum lugar, mais serveria bem pro meu amadurecimento e crescimento) PARABENS to ligadinha aqui..
Beijos e força ai Elaine de Santos SP
Seila!
Q barra vc passou hein!! Mas eu estou adorando seu blog e vc falando da tua experiencia!! Continua contando por favor!!!! Tá sendo muito esclarecedor pra mim e me tirando varias duvidas e medos que eu tinha tb!!!
bjaoo
Oi... vou me identificar entao.. Sou Rosangela.. estou esperando data de embarque para NCL, como Youth Counselor.
adorei seu blog.. tenho um ja.. mas ainda nem comecei a postar sobre navios ainda, pq nao espalhei a noticia ainda... boa sorte ai viu.. bjus
nossa caramba na agência tudo parece tão perfeito hahah estou tentando entrar nesse meio agora queria muito embarcar logo mas não imaginava que era tão complicado a vida a bordo ..mas mesmo assim esse é um sonho para mim e também quero ter experiências para contar para os meus netos. bjus amei seu blog
Olá... não me espantei nenhum pouco com a recepção que tu teve, provavel que tenha sido na MSC, é assim mesmo.. na hora assusta depois acostuma, afinal tu tá ali pra fazer grana e nao amizade com esses italianos grosseiros e mal educados!
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